Cientistas criam "Alzheimer in vitro"
Modelo descrito na revista "Nature" é o mais perfeito até hoje e vai ajudar os pesquisadores no estudo de métodos de prevenção e combate à doença
O modelo também deve ser útil para o estudo de outras doenças neurodegenerativas
(Thinkstock/VEJA)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: A three-dimensional human neural cell culture model of Alzheimer’s disease
Onde foi divulgada: revista Nature
Quem fez: Rudolph E. Tanzi, Doo Yeon Kim, Se Hoon Choi,Young Hye Kim, Matthias Hebisch, Christopher Sliwinski, Seungkyu Lee, Carla D’Avanzo e outros
Instituição: Hospital Geral de Massachussetts, Universidade Harvard, EUA, e outros
Resultado: Os cientistas criaram um modelo "in vitro" a partir de células-tronco que receberam os genes do Alzheimer, para reproduzir suas estruturas e mostrar em detalhes as etapas que levam as células à morte.
Título original: A three-dimensional human neural cell culture model of Alzheimer’s disease
Onde foi divulgada: revista Nature
Quem fez: Rudolph E. Tanzi, Doo Yeon Kim, Se Hoon Choi,Young Hye Kim, Matthias Hebisch, Christopher Sliwinski, Seungkyu Lee, Carla D’Avanzo e outros
Instituição: Hospital Geral de Massachussetts, Universidade Harvard, EUA, e outros
Resultado: Os cientistas criaram um modelo "in vitro" a partir de células-tronco que receberam os genes do Alzheimer, para reproduzir suas estruturas e mostrar em detalhes as etapas que levam as células à morte.
Um dos grandes desafios do Alzheimer é a criação de modelos que desenvolvam com perfeição seus estágios. Forma mais comum de demência senil, a doença consiste no depósito de placas de proteínas "pegajosas" chamadas beta-amiloides e proteínas tau no cérebro. O acúmulo dessas placas tem sido apontado pelos pesquisadores como um dos responsáveis pelas alterações cerebrais da doença, que levaria à perda de memória. No entanto, os cientistas ainda não sabem o que leva essas proteínas a assumirem uma conformação errada e se depositarem no cérebro, causando a morte dos neurônios.
Até hoje, os modelos mais usados pelos cientistas são ratos que exibem doenças degenerativas — no entanto, eles copiam o Alzheimer de maneira bastante imperfeita. Os animais desenvolvem apenas o acúmulo das placas beta-amiloides, sendo incapazes de reproduzir as proteínas tau.
Criado a partir de células-tronco que receberam os genes da doença, o novo sistema “in-vitro” criado pelos cientistas, reproduz as duas estruturas, mostrando em detalhes as etapas que levam as células à morte.
Pesquisas futuras — Como o cérebro humano é bastante diferente de uma cultura criada em uma placa de vidro, algumas estruturas ainda não puderam ser reproduzidas, como as células do sistema imunológico, que também têm papel importante na doença. No entanto, esse é o modelo mais perfeito já criado pela ciência e deve tornar mais rápido o estudo de medicamentos que possam combater o Alzheimer.
“Nossa estratégia única que captura o Alzheimer em um modelo de cultura neural em 3D também deve servir para facilitar o desenvolvimento de modelos celulares humanos mais precisos para outras doenças neurodegenerativas”, conclui o estudo.
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