Universo de Memórias

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

No Brasil, a porcentagem dos idosos com Alzheimer

No Brasil, 7% dos idosos têm Alzheimer

Ana Paula Yabiku Gonçalves
ana.goncalves@jcruzeiro.com.br
Programa de estágio


Das mais de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade que vivem no Brasil hoje, de 6 a 7% convivem diariamente com a Doença de Alzheimer. Reparou? A nomenclatura correta é Doença e não Mal de Alzheimer. Isso porque, de acordo com o geriatra Paulo Renato Canineu, a denominação "mal" refere-se a doenças cujas origens ainda são desconhecidas. E, embora ainda não haja uma medicação ou intervenção que possa modificar o curso do Alzheimer, já se sabe como ele se desenvolve e de onde vem. "Mal de Alzheimer é usado de forma universal, mas estamos tentando mudar a mente das pessoas para a nova conceituação", explica.

Considerada uma enfermidade neurodegenerativa, a Doença de Alzheimer acomete principalmente o cérebro. Num primeiro momento, atinge a região dos lobos temporais, responsáveis pelo controle da memória; e, em seguida, se alastra por todos os cantos do órgão. Começa com um leve comprometimento da memória até que, mais tarde, aparece como uma deficiência de funcionalidade e do desempenho geral da pessoa.

A doença vem ganhando mais destaque desde o final do século passado, quando passou a existir uma maior preocupação com o estudo do cérebro. "O envelhecimento cerebral sempre foi um grande desafio e, ao estudá-lo, verificou-se que o acometimento da memória e das funções executivas das pessoas é o que mais tem ocorrido nos últimos anos", esclarece o médico.

O aumento da sua incidência deve-se, principalmente, à atual realidade da longevidade: a população vive cada vez mais. Afinal, embora possa ocorrer em vítimas com menos de 60 anos, a Doença de Alzheimer é muito mais comum depois desta idade. Por volta de 1900, a expectativa de vida no Brasil era de 35 anos e, em 1950, chegava a 45. Hoje a expectativa de vida dos brasileiros já ultrapassa os 70 anos.

A doença foi descrita pela primeira vez em 1906, ficando esquecida até o início dos anos 80 e sendo redescoberta quando começou a se perceber um número maior de pessoas envelhecendo e apresentando problemas de esquecimento que, na maioria das vezes, comprometiam o seu desempenho e a sua qualidade vida. Na primeira ocasião, foi descoberta e apresentada em um congresso médico, em Berlim, pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer, que prestava serviços em um hospital psiquiátrico de Frankfurt.

Alzheimer viveu de perto a evolução da doença ao acompanhar a internação da paciente Augustine D. (apenas D, pois ela não se lembrava mais do sobrenome todo), com 51 anos na época. Durante mais de dois anos, Augustine se queixou de alterações de memória e desenvolvimento, alucinações visuais, delírios de perseguição e ciúmes. Durante o dia, o alemão era clínico e, à noite, aproveitava para realizar estudos aprofundados com cérebros humanos de doadores.

A carreira brilhante levou-o para outros lugares da Alemanha, mas sem que a situação da paciente deixasse de ser acompanhada, mesmo à distância. Assim que Augustine faleceu, Alzheimer foi convidado, com autorização da família, a estudar seu cérebro e descrever as alterações que ele apresentava. Foi aí que a Doença de Alzheimer deixou de ser um simples borrão para ganhar o mundo.

Dá para se prevenir?

A boa notícia é que, por meio dos fatores de risco que predispõem o problema, é possível sim se falar em prevenção da Doença de Alzheimer. É preciso, no entanto, detectá-los o quanto antes para cortar tudo o que faz mal e, assim, beneficiar o cérebro do indivíduo. "Quando diagnosticamos os sinais numa pessoa de meia idade ainda temos tempo de controlá-los e de mudar o seu ritmo de vida", ressalta Paulo. Os fatores de risco do Alzheimer são os mesmos das doenças cardiovasculares e cérebro-vasculares: pressão alta, diabetes, distúrbio de colesterol, vida sedentária, síndrome metabólica, obesidade, tabagismo e uso indevido de álcool.

Praticar atividades cognitivas que estimulem a capacidade de pensar, raciocinar, de usar abstração, julgar e executar, com frequência, ajudam a proteger o cérebro. Fazer palavras-cruzadas, em especial quando você aprende novas palavras e as incorpora ao seu vocabulário, é extremamente positivo. "O próprio jogo de baralho e a leitura são saudáveis para o indivíduo. É importante ter uma meta, raciocinar e enfrentar diversidades de situações, mesmo que pequenas."

A prática regular de atividade física também é essencial. Bastam 20 minutos diários de caminhada, repetidos quatro vezes por semana. Afinal, explica o geriatra, a continuidade pode estimular a produção de fatores cerebrais que acabam por proteger a memória. Mais importante ainda é permitir que as vítimas do Alzheimer tenham uma atividade social satisfatória. Além de levar à doenças como a demência, o isolamento social só traz malefícios. "A pessoa precisa estar de bem com a vida, se relacionar com outras pessoas, com os vizinhos, com o mundo", completa. (Supervisão: Regina Helena Santos)
Notícia publicada na edição de 28/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O melhor remédio para Alzheimer

Observações pessoais: Em Curitiba houve uma chamada este ano no Hospital das Clínicas para um grupo no início do Alzheimer e/ou com suspeita da doença. Pesquisadores, médicos acompanham o grupo.

Outra dica para exercícios físicos é a caminhada e aparelhos instalados em pontos das Cidades para todas as faixas etárias e atividades físicas. Curitiba dispõe deste conjunto(gratuitamente)em vários bairros.

 

Qual o melhor remédio para doença de Alzheimer?





Uma nova pesquisa da Universidade da Saúde Pública de Maryland mostra que o exercício físico pode melhorar a função cognitiva em pessoas com risco de desenvolver a doença de Alzheimer, melhorando a eficiência da atividade cerebral associada à memória.
A perda de memória que leva a condição é um dos maiores temores entre a população mais idosa. Para alguns, a perda de memória é normal e esperada à medida que a idade chega. Mas um diagnóstico de transtorno cognitivo leve também pode sinalizar perda de memória mais substancial e um maior risco de doença de Alzheimer, para a qual não há, atualmente, nenhuma cura.

O estudo liderado pelo Dr. J. Carson Smith oferece uma nova esperança para aqueles diagnosticados com a doença. Ele é o primeiro a demonstrar que uma intervenção de exercícios com idosos com comprometimento cognitivo leve (idade média de 78) melhorou não só a recordação da memória, mas também o funcionamento do cérebro, medido por neuroimagem funcional.
“Descobrimos que, após 12 semanas em um programa de exercício moderado, os participantes do estudo melhoraram sua eficiência neural – basicamente estavam usando menos recursos neurais para realizar a mesma tarefa de memória”, diz o Dr. Smith. “Nenhum estudo tem mostrado que uma droga pode fazer o que se mostrou possível com o exercício”.

Atividade Diária Recomendada

Dois grupos de idosos fisicamente inativos (variando entre 60 e 88 anos de idade) foram colocados em um programa de exercícios de 12 semanas, com caminhadas regulares sobre uma esteira orientadas por um personal trainer. Os dois grupos – um que incluiu adultos com Alzheimer e outro com adultos com função saudável do cérebro – melhoraram a aptidão cardiovascular em cerca de 10% no final da intervenção. Mais notavelmente, os dois grupos também melhoraram o desempenho de memória e mostraram maior eficiência neural enquanto envolvidos em tarefas de recuperação da memória.
A boa notícia é que estes resultados foram obtidos com uma dose de exercício consistente com as recomendações de atividade física para adultos mais velhos. Essas diretrizes incluem exercício de intensidade moderada (atividade que aumenta a sua frequência cardíaca e faz você suar, mas não é tão intenso que você não consegue manter uma conversa ao fazê-lo) na maioria dos dias, para um total semanal de 150 minutos.

Medir o impacto do exercício sobre a saúde do cérebro e da memória

Um dos primeiros sintomas observáveis ​​da doença de Alzheimer é a incapacidade de lembrar nomes conhecidos. Smith e seus colegas fizeram os participantes do estudo identificarem nomes famosos e mediram sua atividade cerebral enquanto eles estavam engajados em reconhecer corretamente um nome – por exemplo, Frank Sinatra, ou outras celebridades bem conhecidas dos adultos nascidos nos anos 1930 e 40. “A tarefa nos dá a capacidade de ver o que está acontecendo no cérebro quando há um desempenho de memória correta”, explica Smith.
Testes de imagem foram realizados antes e depois da intervenção de exercício de 12 semanas. Após a intervenção, foi relatada uma diminuição significativa na intensidade de ativação do cérebro em onze regiões enquanto os participantes identificaram corretamente os nomes famosos. As regiões do cérebro com a melhoria da eficiência correspondiam as envolvidas na patologia da doença de Alzheimer, incluindo a região precuneus, o lobo temporal e o giro para-hipocampal.
A intervenção do exercício também foi eficaz em melhorar a recordação da palavra através de uma “lista de tarefa de aprendizagem”, ou seja, quando as pessoas leram uma lista de 15 palavras e tiveram que lembrar e repetir quantas fossem possíveis em cinco tentativas consecutivas, e novamente depois de uma distração, com outra lista de palavras.
“As pessoas com Alzheimer têm um declínio muito acentuado da função de memória, de modo que ser capaz de melhorar a sua recuperação é um grande passo na direção certa”, afirma Smith.
Os resultados do estudo sugerem que o exercício pode reduzir a necessidade de excesso de ativação do cérebro para lembrar alguma coisa. Isso é uma notícia animadora para aqueles que buscam preservar sua função cerebral.
Dr. Smith tem planos para um estudo mais amplo que incluiria mais participantes, incluindo aqueles que são saudáveis, mas têm um risco genético para a doença de Alzheimer, e segui-los por um período de tempo mais longo com o exercício físico em comparação com outros tipos de tratamentos. Ele e sua equipe esperam aprender mais sobre o impacto da atividade na função cerebral, e se isso poderia atrasar o início ou progressão do Alzheimer. [ScienceDaily]

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Uma foto antiga

























Aqui estava uma proposta de vida ao meio tempo do curso misterioso que envolve todos nós.
Senti borboletas no estômago(a princípio) e no depois(um certo vento gelado)quando pensei em tantas mudanças ocorridas muitos anos adiante desta foto. 
Momentos de ternura, amizade, carinho recíprocos com a vizinhança e a afilhada de batismo.
Agradeço a lembrança tão singela e delicada...agradeço...

Cruzando uma linha riscada no chão houve uma caminhada lenta com águas até os pés e continuamente até os joelhos, até a cintura e por hora até a cabeça.
Tenho(evidentemente)saudades de uma guerreira lavando tranquilamente o rosto com as mãos em concha.
Quase 89 anos minha querida Mãe!
Ontem, na madrugada, fiquei parada por alguns instantes olhando teu rosto e me vi andando por dentro da água sem saber o que fazer...apenas olhando...
Situações silenciosas...sem beber gole algum.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Menor risco de Alzheimer em mulheres que amamentam

FONTE: BBC BRASIL


Mulheres que amamentam têm menor risco de Alzheimer, indica estudo

Mãe amamentando (Reuters)
Pesquisas já mostravam que amamentar diminuia a chance de a mulher desenvolver diversas doenças
Mães que amamentam seus filhos têm um risco menor de desenvolver Alzheimer, segundo um estudo recém-publicado pela Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.
A pesquisa também indicou a possibilidade de haver uma ligação mais ampla entre os dois fatores, já que amamentar pode pode atrasar o declínio da condição cognitiva da mulher.
Estudos anteriores já mostravam que a amamentação reduzia o risco de a mãe desenvolver outras doenças, mas esse é o mais indicativo no que diz respeito a transtornos cognitivos.
O estudo mostra que alguns efeitos biológicos da amamentação podem ser os responsáveis pela redução do risco de se desenvolver a doença.
Os pesquisadores estabeleceram três comparações hipotéticas, entre mulheres que amamentaram e outras que não amamentaram ou amamentaram menos, e verificaram reduções potenciais de até 64% no risco de as primeiras desenvolverem Alzheimer em relação às segundas.
Eles advertem, porém, que não é possível quantificar com exatidão a redução potencial do risco de Alzheimer, por conta do grande número de variáveis envolvidas - como tempo de amamentação, histórico de saúde da mulher, número de gravidezes e casos de Alzheimer na família, entre outras.

Progesterona e insulina

Segundo uma das teorias levantadas pelos pesquisadores de Cambridge, amamentar priva o corpo do hormônio progesterona, para compensar os altos níveis de protesgerona produzido durante a gravidez.
A progesterona é conhecida por dessensibilizar os receptores de estrogênios no cérebro – e o estrogênio tem um papel importante na proteção do cérebro contra o Alzheimer.
Outra teoria se baseia no fato de que amamentar amplia a tolerância da mulher à glicose, restaurando sua tolerância à insulina após a gravidez, um período em que há uma redução natural da resistência à insulina.
E o Mal de Alzheimer é caracterizado justamente pela resistência à insulina no cerébro (e consequentemente à intolerância à glicose), tanto que o mal de Alzheimer algumas vezes é chamado de diabetes tipo 3.

Histórico de demência

Publicada no Journal of Alzheimer’s Disease, a pesquisa analisou 81 mulheres britânicas entre 70 e 100 anos, incluindo mulheres que sofriam ou não desse tipo de demência.
Apesar de os cientistas terem estudado o caso de um grupo pequeno de mulheres, eles garantiram que isso não interfere no resultado da pesquisa, dados os fortes indícios da correlação entre amamentar e os riscos de se desenvolver Alzheimer.
"Alzheimer é o transtorno cognitivo mais comum do mundo e já afeta 35,6 milhões de pessoas. No futuro, a doença deve atingir ainda mais países onde a renda é mais baixa"
Molly Fox, pesquisadora
Eles disseram, no entanto, que a conexão entre os dois fatores foi bem menos presente em mulheres que já tinham um histórico de demência na família.
Com base nos dados coletados com as mulheres estudadas, os pesquisadores formularam três casos hipotéticos para indicar o potencial de redução do risco de Alzheimer pela amamentação:
No primeiro caso, na comparação de duas mulheres idênticas, uma que tivesse amamentado por 12 meses teria um risco 22% menor da doença em relação à outra que amamentou por 4,4 meses.
No segundo, uma mulher que tenha amamentado por oito meses após uma gravidez teria um risco 23% menor do que uma mulher em condições idênticas, mas que tenha amamentado por seis meses após três gestações.
No terceiro caso, a redução verificada foi de 64% para uma mulher que tenha amamentado em relação a outra idêntica que não tenha amamentado.

'Doença devastadora'

A pesquisadora Molly Fox, que conduziu o estudo juntamente com os os professores Carlo Berzuini e Leslie Knapp, disse esperar que a pesquisa sirva para estimular outras sobre a relação entre o risco de doenças e o histórico reprodutivo de mulheres.
Fox espera ainda que as conclusões da pesquisa indiquem novos caminhos para lutar contra epidemia global de Alzheimer, especialmente em países em desenvolvimento.
"Alzheimer é o transtorno cognitivo mais comum do mundo e já afeta 35,6 milhões de pessoas. No futuro, a doença deve atingir ainda mais países onde a renda é mais baixa", disse. "Então é vital que sejam criadas estratégais de baixo custo e em grande escala para proteger as pessoas contra essa doença tão devastadora."
Além disso, o estudo abre novos possibilidades de se entender o que faz alguém suscetível a esse tipo de demência. Também pode servir como incentivo para mais mulheres amamentarem – algo que muitas pesquisas já comprovam que traz benefícios tanto para mãe quando para o bebê.

Um novo teste cognitivo mais rápido

                                                                                                                                                                                      Um novo teste cognitivo para detectar a Doença de Alzheimer mostrou-se mais rápido e mais preciso do que outros testes já existentes, revela estudo recém-publicado pelo British Medical Journal.
                                                                                                                                                                    Calcula-se que 24 milhões de pessoas no mundo tenham o diagnóstico de demência e esse número tende a aumentar com o crescente envelhecimento da população. O diagnóstico precoce da doença é importantíssimo, já que os tratamentos atualmente disponíveis são mais eficazes nas fases precoces da doença. Além disso, os tratamentos do futuro visam a intervenção em fases cada vez mais precoces. Existem inúmeros testes que permitem dizer se a pessoa tem problemas de desempenho de memória ou outras dimensões cognitivas. Alguns testes são bem sofisticados e sensíveis, mas por serem complexos, demandam muito tempo para sua aplicação e são pouco disponíveis devido ao alto custo e pela limitação de poucos profissionais habilitados para realizar tais testes. Por outro lado, existem testes de fácil e rápida aplicação, mas que não são sensíveis ao diagnóstico precoce de demência.
Pesquisadores ingleses desenvolveram um novo teste chamado TYM ("test your memory" - teste sua memória) que concentra a facilidade e rapidez de aplicação com uma boa sensibilidade para detecção de déficit cognitivo. O teste inclui dez tarefas que avaliam diversas funções cognitivas e não precisa ser aplicado por profissional especializado. O teste foi aplicado a 540 pessoas saudáveis e sem queixas de memória com idades entre 18 e 95 anos, durando uma média de 5 minutos. Foram ainda testados 139 pacientes com diagnóstico da Doença de Alzheimer e com Transtorno Cognitivo Leve, diagnóstico intermediário entre a normalidade e a demência. Os indivíduos saudáveis tiveram uma pontuação média de 47 pontos de um score máximo de 50, com leve redução de desempenho apenas após os 70 anos de idade.
Outros dois testes foram realizados a título de comparação com o novo teste, entre eles o Mini-Exame do Estado Mental que é o mais utilizado teste para o diagnóstico de demência. O Mini-Exame do Estado Mental foi capaz de detectar apenas 52% dos pacientes com a doença de Alzheimer, enquanto o novo teste detectou 93% dos pacientes quando a nota de corte utilizada foi menor ou igual a 42 pontos - a média de pontuação dos pacientes foi de 33 pontos de um total de 50. O novo teste, além de examinar mais dimensões cognitvas do que o Mini-Exame, também foi mais rápido.
Os resultados com os ingleses são excelentes, mas ainda não podem ser extrapolados para outras etnias e por isso não faz sentido simplesmente traduzir o teste e aplicá-los em nosso meio. O teste só deverá ser aplicado após validação científica de uma versão traduzida para nossa língua, adaptada para nossa cultura e testada em brasileiros. E isso não deve demorar.

FONTE: Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp. Atualmente, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) e dedica-se ao jornalismo científico. É também titular do Blog "ConsCiência no Dia-a-Dia" www.consciencianodiaadia.com e consultor do Grupo Athena.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pesquisa descobre "proteção" em pessoas sem Alzheimer

Pesquisa descobre "proteção" em pessoas sem Alzheimer


Um estudo publicado nesta quarta-feira no jornal especializado Neuron oferece uma explicação para algumas pessoas desenvolverem o mal de Alzheimer e outras não. Segundo os cientistas, a diferença nas pessoas saudáveis é que elas mantêm a separação entre uma proteína e uma enzima que, quando combinadas, dão início à degeneração celular característica da doença.

 

"É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida", diz Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. "Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode nos dar novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença."

Existem dois sinais do mal de Alzheimer no cérebro: aglomerados de placas da proteína beta-amiloide e "emaranhados" do lado de fora dos neurônios de outra proteína, chamada de tau. Para que os primeiros ocorram, é necessário que uma substância chamada de proteína precursora de amiloide (APP, na sigla em inglês) se combine a uma enzima. Esta "quebra" a APP em fragmentos tóxicos chamados de beta-secretase (também chamados de Bace).


​"Ambas estas proteínas são altamente expressadas no cérebro", diz Roy. "Se elas são permitidas a se combinar continuamente, nós teremos o mal de Alzheimer."

Utpal Das, do laboratório de Roy, e seus colegas descobriram neste estudo que o hipocampo (uma região do cérebro) produz a proteína e a enzima continuamente - mas, para evitar que as duas se combinem, elas são separadas em "compartimentos" diferentes do órgão. "A natureza parece ter vindo com um truque interessante para separar os conspiradores", diz Roy.

Eles descobriram também que o aumento da atividade elétrica neuronal, conhecida pior acelerar a produção de beta-amiloide, também leva a um acréscimo na convergência APP- beta-secretase.

Segundo Das, o estudo elucidou eventos moleculares iniciais que levam ao mal de Alzheimer. A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença. "Um aspecto animador é que, talvez, possamos procurar por moléculas que mantém fisicamente separadas a APP e a Bace-1", diz Das.

 
FONTE:TERRA