Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013
"Pacemaker" para tratar Alzheimer testado nos EUA
Um "pacemaker" cerebral poderá ser, no futuro, a solução para tratar a
doença de Alzheimer. Um grupo de investigadores norte-americanos acaba
de implantar, pela primeira vez, um destes dispositivos no cérebro de
Kathy Sanford, uma das 10 pacientes que integram um estudo levado a cabo
pelo Ohio State's Wexner Medical Center, nos EUA.
A cirurgia aconteceu no passado mês de Outubro e, de acordo com o portal Science Daily, insere-se numa investigação ampla cujo objetivo é compreender se um "pacemaker" cerebral é capaz de melhorar a função cognitiva e comportamental em pacientes com esta patologia.
A cirurgia aconteceu no passado mês de Outubro e, de acordo com o portal Science Daily, insere-se numa investigação ampla cujo objetivo é compreender se um "pacemaker" cerebral é capaz de melhorar a função cognitiva e comportamental em pacientes com esta patologia.
O estudo vai testar a estimulação cerebral profunda (DBS, na sigla em
inglês), a mesma tecnologia utilizada para tratar, em muitos casos com
sucesso, problemas como a doença de Parkinson. Ao longo do processo, que
deverá estar finalizado em 2015, os cientistas pretendem compreender se
a implantação do "pacemaker" conseguirá melhorar as funções
desempenhadas pelo lobo frontal
Ali Rezai, neurocirurgião e um dos especialistas envolvidos no
programa, esclarece que um implante deste género é semelhante a um
"pacemaker" cardíaco, sendo a única diferença o facto de atuar no
cérebro e não no coração.
Resultados têm sido "encorajadores"
Resultados têm sido "encorajadores"
"Basicamente, os 'pacemakers' enviam pequenos sinais até ao cérebro que
regulam a atividade anormal daquele órgão", explica Rezai, citado pelo
Sciende Daily. "Pelo que estamos a ver na nossa primeira paciente, os
resultados são encorajadores, mas é preciso compreender que se trata de
investigação e que é preciso investigar mais", acrescentou.
No entanto, segundo o especialista, "se as descobertas preliminares que
estão a ser observadas se mantiverem sólidas como até aqui e se
existirem melhorias progressivas, isso será muito promissor e
encorajador [para a equipa]".
Kathy Sanford, a primeira norte-americana a testar o dispositivo,
contou que se ofereceu para participar nos testes para "tentar ajudar a
tornar o mundo um lugar melhor" depois de se ter debatido com a angústia
provocada pela doença. Para o pai da voluntária, Joe Jester, "a
investigação está a trazer esperança" e tem sido um prazer testemunhar
os progressos feitos pela filha.
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência a nível mundial -
só nos EUA, afeta 5,5 milhões de pessoas. A patologia, que não tem cura
e é difícil de controlar, carateriza-se pela perda gradual da memória e
das capacidades cognitivas e pela consequente perda de autonomia.
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