Universo de Memórias

sábado, 16 de agosto de 2014

Novidade/Cérebro Artificial

Cientistas criam cérebro artificial na Suíça

Projeto Blue Brain usa supercomputador para simular cérebro de roedor.
Idéia é construir máquina maior no futuro, para reproduzir órgão humano.

Da Agência Estado

Foto: Divulgação
Blue Brain tem estrutura parecida com a do computador mais rápido do mundo: o Blue Gene, da IBM, exibido na imagem acima (Foto: Divulgação)

Uma rede de nervos artificiais está sendo desenvolvida num supercomputador suíço com a finalidade de simular um cérebro natural, célula por célula. Com isso, os pesquisadores do projeto Blue Brain prometem novas descobertas sobre as origens da consciência humana.
O hardware inédito tem cerca de 10 mil chips de computador que atuam como neurônios (células nervosas). Para simular um cérebro, parte do córtex cerebral de roedores foi meticulosamente reproduzida no computador, juntamente com a estrutura ramificada semelhante às sinapses (conexões entre os neurônios).

Essa simulação foi criada na Universidade Técnica de Lausanne, na Suíça, com 35 pesquisadores. O cérebro artificial é desenvolvido em um dos supercomputadores mais poderosos do mundo, mas que dentro em breve ficará pequeno. O objetivo é construir uma máquina pensante muito maior, que finalmente reproduza o cérebro humano.

Um projeto tão ambicioso teria sido ridicularizado há alguns anos. "Hoje dispomos dos computadores de que precisamos", diz o biólogo Henry Maram, diretor do projeto. "Se não construirmos esse cérebro, nunca compreenderemos como funciona."

Os progressos na pesquisa sobre o cérebro têm sido grandes ao longo dos anos, porém as respostas para as grandes perguntas continuam distantes. Como a consciência se desenvolve dentro das células? Como é acesa uma centelha de intelecto a partir da interação entre genes e proteínas? O modelo da Suíça, o Blue Brain, é a tentativa mais radical até hoje de investigar o mistério da consciência.

Os pesquisadores abriram o crânio de milhares de ratos, retiraram o cérebro e o cortaram em finas fatias e as mantiveram vivas. Depois, direcionaram minúsculos sensores aos neurônios. Eles escutaram as células disparando neurônios e interceptaram as respostas que vinham das células adjacentes. As fatias de cérebros foram expostas a uma variedade de impulsos elétricos. Os impulsos refletiram os estímulos que podem ter sido recebidos pelos cérebros quando os animais sentem o cheiro de queijo ou ficam surpreendidos com algo. As células reagiram exatamente como faziam quando os ratos estavam vivos, enviando cargas elétricas através do neuroplexo. No final, os pesquisadores recolheram o repertório inteiro do comportamento de centenas de tipos de células em todas as situações concebíveis na vida de um rato e as armazenaram em tabelas intermináveis, o que permitiu que começassem a construir seu clone digital.


  Objetivo ambicioso
 
Dez mil células nervosas artificiais foram entrelaçadas em Lausanne e os pesquisadores pretendem aumentar o número para um milhão em 2008. A meta primordial é um modelo de computador de um cérebro humano inteiro, com 100 bilhões de 'células'.

A expansão do computador já está sendo discutida com a IBM. Já se sabe que a nova máquina ocupará uma área equivalente a vários campos de futebol e custará por ano US$ 3 bilhões só em energia elétrica.

A atual linha de produção do sistema é capaz de produzir séries inteiras de neurônios, com 400 tipos diferenciados pelo formato. Em princípio, os neurônios armazenados poderão ser usados para construir ferramentas de pensamento de qualquer tamanho. Antes disso, as células são aleatoriamente munidas de características individuais, porque num cérebro não há duas células idênticas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário