Universo de Memórias

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Alimentação ao excesso ou falta de apetite















Uma alimentação cuidada e regular é essencial para a saúde e bem-estar do ser humano. Em pessoas idosas e com demência uma alimentação equilibrada terá considerações ainda mais especiais e importantes. Por um lado porque a pessoa já se encontra num estado debilitado e não pode ser sujeita a estados de desnutrição ou desidratação, e por outro porque a tarefa em si pode se tornar um desafio para a pessoa que sofre da demência, que pode se esquecer de comer, pensar que já comeu, ou ter dificuldade em lidar com os utensílios de cozinha.
Alterações no comportamento alimentar podem advir de uma perda de interesse em comida, dificuldade em efetuar os movimentos necessários para comer, e uma desapropriação do comportamento à mesa. Alguns doentes terão vontade de comer a toda a hora, enquanto outros terão de ser encorajados a manter uma boa dieta.

Nos doentes
Causas subjacentes a uma perda de interesse na comida nos doentes com DA:
    • O próprio envelhecimento diminui a necessidade de calorias;
    • Depressão;
    • Obstipação;
    • Problemas cardíacos ou intestinais ou diabetes;
    • Dificuldade em mastigar ou engolir;
    • Aftas, doenças nas gengivas ou boca seca;
    • Diminuição dos sentidos;
    • Perda de memória e apraxia (incapacidade de realizar movimentos sequenciados);
    • Dentaduras mal adaptadas;
    • Perda da coordenação.

Causas que podem estar a levar a um desejo exagerado de comer:
    • Desejo de comer doces;
    • Tédio;
    • Incapacidade de se lembrar da última vez que comeu.

Causas de uma desapropriação do comportamento à mesa:
    • Dificuldade em manusear os utensílios;
    • Perda de interesse;
    • Dificuldades em engolir;
    • Dentaduras mal adaptadas.

O cuidador
Mais uma vez, o cuidador terá um papel preponderante em garantir que o doente se alimenta de forma adequada, e no acompanhamento e simplificação de tal tarefa.

Tornar as refeições mais simples...
    • Limitar possíveis distrações, servindo as refeições em locais sossegados e calmos (sem televisão ou outro tipo de distrações);
    • Preparar a mesa de refeição da forma mais básica possível. Colocar apenas os utensílios essenciais para a refeição, optar por louça com uma cor contrastante para ajudar o doente a distinguir a mesma da mesa. Evitar objetos que possam confundir ou distrair o doente;
    • Evitar louça com padrões ou desenhos porque fazem com que o doente não consiga distinguir os alimentos dispostos. Tal situação pode parecer estranha, mas a verdade é que estes doentes têm as suas capacidades visual e espacial comprometidas;
    • Usar aventais e toalhas de plástico para facilitar a limpeza;
    • Verificar a temperatura da comida pois o doente poderá ser incapaz de verificar se a comida ou bebida está demasiado quente para ingerir;
    • Servir apenas um ou dois alimentos de cada vez, limitando as opções de escolha;
    • Ser flexível e cozinhar as comidas pelas quais o doente tem preferência;
    • Disponibilizar o tempo que for preciso para o doente se alimentar corretamente;
    • Lembrar o doente de mastigar e engolir os alimentos com cuidado;
    • Transformar a refeição numa atividade familiar, fazendo as refeições em conjunto;
    • É comum os doentes se esquecerem que já comeram e estarem constantemente a pedir comida, neste casos, servir pequenos lanches ou aperitivos, como um sumo, uma torrada, umas bolachas,… Caso o doente esteja sempre a remexer à procura de comida, optar por trancar o frigorífico e os armários ou guardar os alimentos num local diferente e ao qual o doente não tenha acesso.

Minimizar potenciais problemas...
    • Dar preferência a alimentos que sejam mais fáceis de mastigar e engolir. Adicionalmente, pode cortar ou laminar os alimentos.
    • Estar sempre alerta para sinais de asfixia. No final da refeição, verifique a boca do doente para garantir que todos os alimentos foram engolidos. Aprender a manobra de Heimlich para o caso da pessoa ao seu cuidado se engasgar;
    • Não usar suplementos vitamínicos, a menos que sejam prescritos pelo médico;
    • Avaliar as possíveis causas da diminuição de apetite do doente, optando por alternativas como servir um maior número de refeições mas mais pequenas, em vez das três refeições comuns, preparar os alimentos preferidos do doente e aumentar a sua atividade física.

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