Universo de Memórias

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Duas viagens

Hoje voltei de duas viagens.
Não, não são viagens comuns e sim de observação quanto ao estado geral da Mãe.
Uma que é a própria viagem de acompanhar o Alzheimer num todo. A outra é a viagem que faço de uma Filha que aprendeu a entender sua Mãe.
Dessa vez tive alguns mapas como análise de todo este tempo e como sou realista não me deixei na ilusão.
Cheguei a perder forças e energias naquela sensação de estafa, vontade de sentar e ficar parada. Mas, depois de dois dias superei e vi que dava para continuar. O corpo, a mente e o espírito vão acostumando.
E, então, novamente sinto como é amorosa a sensação de tê-la por perto, a vontade de dar sempre um pouco mais. O cérebro fica mais ágil, tudo muito calmo no agora.
Independente do cansaço me sinto integrada.
Ele despertou um pouco na semana passada, mais atenta com os olhares nas pessoas e comigo.
Assiste com um olho tão brilhante ou questionador sem se importar se o pessoal está parado ou em movimento.
Isso preenche minha alma com uma força maravilhosa.
Quando a gente toca um coração já vale por todos nossos anos de vida.
E, aquela bebezona, cansada também, pois já trabalhou muito, criou seus filhos, acarinhou netos, não teve a oportunidade de abraçar os bisnetos (lúcida) continua cativante.
A união que existe na nossa casa mais do que o aprendizado, mais do que a alegria das pessoas, mais do que amparo é gratidão.
A visita da primeira neta, seu marido e bisneto mais velho foram gratificantes.

Eternamente grata minha Mãe! Te amo!

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