Universo de Memórias

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Hipótese

Há um grito que pixa sensibilidades
querendo cravar tinta forte
sem rumo, sem norte,
sem sorte.

No Corpo a Alma cabe!

Outro mundo se prevalece
paralelo ao que acontece.

Não sei mais!
Se sei mais!
Não sei mais
das mesmas faces rosadas.

Tu que usas os óculos
por rios de asfalto
em todas as manhãs, tardes, noites
que no agora não consigo identificar?

Não sei mais!
Não sei mais!
Se sei mais
chegar a uma ciranda sem flores.

Tu que deitas nas nuvens
com um anjo dogmático triunfarás de amor logístico?

Não sei mais!
Se sei mais!
Não sei mais das proporções fantasiosas.

Tudo na filosofia perseguirá a dúvida
e essa fonte poética será
(só poesia)
um dia.

Autoria-Marília Bahr-29/04/2011


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quando o sono e o despertar englobam uma nova fase

No tempo talvez não nos caiba muito lirismo, mas para quem ama incondicionalmente a poesia da vida(em suas diversas etapas)descobre maneiras delicadas de percepção.

Mamãe teve momentos críticos dos quais ultrapassou uma fronteira, diria até, surpreendente.
Não sei a quantas forças ela "desbrava a doença", só sei que é algo maior, mais gigantesco ao seu próprio mundo calado.
O calar(sem palavra alguma pronunciada)mescla-se entre o dormir sentada, em outros abrir a sintonia dos olhos e reparar a pouca conexão com aqueles que cuidam dela.
Acredito este o lirismo, a poesia, o chamado de uma história comovente.
São dias completamente desiguais.
Num deles observa minha roupa, meus cabelos, meus gestos, minha fala, meu tom de voz, meus carinhos, meus cuidados.
Nos outros fecha a visão e nada, nada mesmo a faz renascer.
Tem sonhado bastante. Chega a esboçar um pouquinho do sorriso e semblante sereno.
Pressuponho ser um doce sonho e quisera saber por onde ela vai, o que lhe chega à mente.

É curioso como vamos assimilando tantos detalhes conhecidos e familiares neste caminho.
A rotina compreendida por ela e de fato utilizada por mim para facilitar os horários de tudo:
-café da manhã
-banho
-cochilo depois de banhar-se
-sol
-almoço
-caminhar lentamente "amparada" pós almoço
-sentar-se novamente
-amparador para mudar a posição dos glúteos
-mudança dos lugares onde senta
-água de beber
-quem adentra a casa chama por ela, conversa
-administração de remédios
-lanche da tarde
-ida ao bwc
-massagem nos pés, mãos, corpo(depois do banho)
-nebulizações
-tv, rádio
-fisioterapia
-final da tarde volta ao leito com mudanças de decúbito(2 em 2 horas)
-por volta das 21 hs jantar(posição sentada com aparador especial)
-trocas de fraldas durante as 24 horas com limpeza higiênica, dersani e hipoglós

São tantos cuidados que sozinha eu não daria mais conta. Durante o dia temos um profissional no auxílio.
A idade, também, é outro fator a ser levada em consideração.
Não ultrapassamos os limites para com ela.
Estamos respeitando o ritmo, sem forçá-la quando não está bem.

A foto foi depois da crise forte.
E, nos olhos, ainda vejo lirismo. Fiz muito barulho e ela acordou do seu universo.
Fixou o azul dos olhos como quem diz: -Acordar-me por quê?
Te amo Mãe!
 

 
 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

FONTE: G1 CIÊNCIA E SAUDE

11/04/2011 11h41
Cientistas encontram modo de mapear complexidade do cérebro

Mapa mostraria conexões e funções das células nervosas.
O estudo é parte de uma área emergente da neurociência.

Cientistas britânicos dizem ter se aproximado do desenvolvimento de um modelo computacional do cérebro, depois de descobrirem um modo de mapear simultaneamente, pela primeira vez, as conexões e funções das células nervosas.
Em estudo publicado pela revista Nature, pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, descrevem uma técnica, desenvolvida com ratos de laboratório, que lhes permite combinar informações sobre as funções dos neurônios a detalhes de suas conexões.
O estudo é parte de uma área emergente da neurociência conhecida como conectômica. De forma parecida com a genômica, que mapeia nossa composição genética, a conectômica tem por objetivo mapear as conexões do cérebro, conhecidas como sinapses.
Ao decifrar e desenvolver a capacidade de mapear essas conexões, e ao desvendar como a informação flui pelos circuitos do cérebro, os cientistas esperam compreender de que maneira os pensamentos e percepções são gerados no cérebro e como essas funções podem apresentar problemas no caso de doenças como esquizofrenia, derrames e Mal de Alzheimer.

"Estamos começando a desvendar a complexidade do cérebro", afirmou Tom Mrsic-Flogel, o diretor do estudo. "Assim que compreendermos a função e a conectividade das células nervosas que se espalham pelas diferentes camadas do cérebro, poderemos começar a desenvolver uma simulação computadorizada de como esse notável órgão funciona", disse.

Mas, o cientista afirmou que isso vai exigir anos de trabalho e imenso poder de processamento computacional.
Em relatório sobre sua pesquisa, ele explicou porque mapear as conexões cerebrais representa feito considerável. Existe um total estimado de 100 bilhões de neurônios no cérebro, cada qual conectado a milhares de outras células nervosas, segundo ele, o que produz uma soma de 150 trilhões de sinapses.

"De que maneira compreender como funciona o circuito neural do cérebro? Primeiro precisamos compreender a função de cada neurônio e descobrir com que outras células cerebrais ele se conecta", afirmou.

No estudo, a equipe de Mrsic-Flogel se concentrou na visão e observou o córtex visual do cérebro dos ratos de laboratório, que abriga milhares de neurônios e milhões de conexões.
Com imagens de alta resolução, eles conseguiram detectar que neurônios respondem a que estímulos.
Com uma fatia do mesmo tecido cerebral, os cientistas então aplicaram pequenas correntes elétricas aos subconjuntos de neurônios para ver que outros neurônios respondiam e quais deles estavam conectados.
Ao repetir esta técnica várias vezes, a equipe foi capaz de traçar a função e conectividade de centenas de células nervosas no córtex visual.
Usando este método, a equipe espera começar a gerar um diagrama da "fiação" de regiões cérebro com funções específicas, como a visão. A técnica também deve ajudar os pesquisadores a mapear as conexões das regiões do cérebro responsáveis por tato, audição e movimento.
John Williams, diretor de neurociência e saúde mental do fundo Wellcome Trust, que ajudou a financiar a pesquisa, afirma que o entendimento do funcionamento interno do cérebro é um dos "objetivos máximos" da ciência.
"Este importante estudo apresenta aos neurocientistas uma ferramenta importante que os ajudará a começar a navegar e acompanhar a atividade do cérebro", afirmou.