Universo de Memórias

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Ato de Cuidar

ALERTA!
O ato de cuidar vai exigir do cuidador um envolvimento intenso e uma parcela significativa de seu tempo, por um período indeterminado. 
Também são necessárias tomadas de decisões que atingem diretamente o idoso. 
Devido a essa sobrecarga de trabalho, o cuidado ao idoso pode se tornar ineficaz, pois o cuidador, atribuído de serviços, prestará assistência necessária somente aos cuidados básicos, esquecendo que este portador necessita também de cuidados baseados na patologia que ajudem a minimizar os efeitos danosos desta. 
É de extrema importância a necessidade de uma orientação específica para o cuidador, a fim de que sejam mais facilmente encontradas alternativas que visem à solução ou a diminuição de efeitos danosos advindos com a doença, que a assistência prestada seja de maior eficácia ao tratamento e que ele possa, dessa forma, estar apto para saber como proceder nas situações mais difíceis encontradas no dia a dia. 
Na última fase, o estágio final (fase terminal), o portador perde toda a sua capacidade mental e física, dificilmente reconhece rostos e fica mudo. 
É nesse período que o doente de Alzheimer necessitará de constante dedicação, compreensão e supervisão integral do cuidador.
Neste momento, o cuidador deve ter total disponibilidade e atenção ao doente, pois este já se encontra em situação extremamente debilitado. 
Ocorre também um maior envolvimento emocional do cuidador em relação ao idoso, pois já é sabido que a partir dessa fase não há mais expectativa de vida. 
A partir dos dados coletados em conversas com leigos no assunto foi observado que, para muitos, o esquecimento é visto como uma fase característica do processo de envelhecimento, o que faz com que o Alzheimer seja negligenciado, pois não é encarado como uma doença. 
Notou-se também que há um alto percentual de cuidadores do sexo feminino, sendo geralmente as esposas, filhas, netas ou noras; e, por fim, foi constatada o cansaço descomunal nessa assistência.
Conclui-se que é de extrema necessidade realizar uma reflexão sobre tal situação, a fim de buscar soluções simples e cabíveis para a resolução do problema. 
Como proposta, acredita-se que é de suma importância a realização de um apoio prático a esses cuidadores, buscando dessa maneira, trazer-lhes um maior grau de conhecimento sobre a patologia e as necessidades básicas do idoso. 
Essa história de viver o momento é ótima!
Traz um positivismo, uma ilusão de que poucas mudanças virão.
Isso não implica em terrorismo da minha parte, porém preparem níveis de ajuda para com o familiar.
Cuidar sozinho(falo em cuidar bem)é uma carga explosiva!

Procurem o exercício mental, físico, espiritual.
Não sintam vergonha de pedir auxílio a vizinhos(quando inexistem parentes), amigos ou, se possível, contratar alguém nas horas onde puderem pagar e se sintam mais sobrecarregados.

Os Cuidadores Familiares necessitam de RESPIROS e conexão com o mundo lá fora.
Boas Energias!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Gaúchos criam um projeto para lançamento em Dezembro de 2014

Estudantes gaúchos criam aplicativo que ajuda a diagnosticar Alzheimer


Projeto ainda está em fase de testes no Instituto do Cérebro, na PUCRS.
Aplicativo ajuda a rotina, lembrar de sons e formas, entre outras funções.



Do G1 RS

Estudantes gaúchos desenvolveram um aplicativo que poderá ser baixado em tablets para ajudar idosos a prevenirem doenças como o Mal de Alzheimer. O projeto ainda está em fase de testes, mas pretende dar esperança ao público mais suscetível a problemas mentais em função da idade avançada. O produto auxilia a organizar a rotina, lembrar de sons e formas, entre outras funções essenciais a quem está perdendo a memória.
A ideia partiu de um estudante de ciência da computação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), cujo avô morreu há três anos. “A ideia surgiu do meu avô, que teve Alzheimer. Então a gente pensou que um aplicativo que te desse um indicativo de doença pudesse ajudar a dizer qual a hora certa de procurar um médico”, diz Lucas Bertram. “Ele teve alguns sinais e a gente não sabia”, lamenta, se referindo ao avô.
Aplicativo deve estar disponível para download em dezembro (Foto: Reprodução/RBS TV) 
Aplicativo deve estar disponível para download em
dezembro deste ano (Foto: Reprodução/RBS TV)
Os testes estão sendo realizados no Instituto do Cérebro da PUCRS. A previsão é de que até dezembro o aplicativo esteja disponível para download. “O mais importante é que ele pode ser usado tanto por profissionais da saúde como pelo próprio idoso ou cuidador. A finalidade também é dizer para o idoso que está preocupado que ele não tem nada, porque há uma preocupação ele achar que está desenvolvendo uma demência”, afirma a neuropsicóloga Mirna Portuguez.
“Isto vai fazer com que ele fique alerta de procurar um médico e ver o que está acontecendo porque a gente sabe que existem algumas perdas que são normais para a idade, mas se essas perdas estão mais acentuadas elas devem ser investigadas”, ressalta Sabine Marroni, também neuropsocóloga.
Aos 79 anos, a professora aposentada Loyde Fagundes é uma das primeiras a participar dos testes. No tablet, ela consegue organizar sua rotina. “Tomar café da manhã, lanche, uma fruta”, diz. Em outro teste oferecido, ela relembra alguns sons característicos. “É o som do barulho de um navio”, aposta. “Se cada um pudesse fazer o teste e avaliar em que ponto está eu acho maravilhoso”, opina.
“É muito gratificante saber que a gente pode ajudar outras famílias que podem vir a sofrer com essa doença”, completa a estudante Ingrid Panisi Rodrigues, colaboradora do projeto.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Insônia e Alzheimer

Estudo associa insônia a risco de Alzheimer em homens


Pesquisadores da Suécia demonstraram que homens que se queixam de problemas para dormir têm maior risco de demência ao longo dos anos


Alzheimer: Quanto mais tarde o homem apresenta distúrbios do sono, maior o risco de demência, segundo novo estudo



Alzheimer: Quanto mais tarde o homem apresenta distúrbios do sono, maior o risco de demência, segundo novo estudo (Thinkstock/VEJA)
Pesquisadores da Suécia, após acompanhar um grupo de homens por quatro décadas, descobriram uma relação entre distúrbios do sono e risco elevado de demência. Segundo os especialistas, por exemplo, a chance de ter Alzheimer ao envelhecer foi 51% maior entre aqueles que se queixam de insônia e outros problemas para dormir. As conclusões fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta semana periódico Alzheimer's & Dementia.  

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Self-reported sleep disturbance is associated with Alzheimer's disease risk in men​

Onde foi divulgada: periódico Alzheimer's & Dementia

Quem fez: Christian Benedictemail, Liisa Byberg, Jonathan Cedernaes, Pleunie S. Hogenkamp e colegas.

Instituição: Universidade Uppsala, na Suécia.

Resultado: Homens, principalmente idosos, que se queixam de terem distúrbios do sono maiores chances de desenvolver o Alzheimer e outros tipos de demência.
“É importante ressaltar que existem vários fatores, como o exercício físico, que podem influenciar a saúde do cérebro. Assim, concluímos que bons hábitos de sono são também essenciais para manter em dia a saúde do órgão conforme envelhecemos”, explica Christian Benedict, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade Uppsala, na Suécia.

Na pesquisa, a equipe acompanhou cerca de 1 000 homens de 50 anos de idade entre 1970 e 2010. Os autores cruzaram dados sobre relatos de distúrbios do sono e a incidência de demência entre os participantes.

Relação — De acordo com o estudo, os homens que relatavam ter problemas para dormir tiveram um risco 33% maior de desenvolver alguma demência em comparação com aqueles que não apresentavam distúrbios do sono. No caso específico do Alzheimer, essa chance foi 51% mais elevada. A pesquisa também concluiu que o risco de demência aumentou quando os problemas relacionados ao sono eram apresentados por homens acima dos 70 anos.
“Quanto mais tarde o distúrbio do sono é relatado, maior o risco de o homem desenvolver a doença de Alzheimer. Esses resultados sugerem que as estratégias destinadas à melhora da qualidade do sono no fim da vida podem ajudar a reduzir o risco da demência”, diz Benedict.

Sono - Outras pesquisas já constataram a importância de uma boa noite de sono para o cérebro. Por exemplo, um estudo recente da Universidade de Bonn, na Alemanha, concluiu que uma noite sem dormir causa sintomas de esquizofrenia. Além disso, um trabalho feito nos Estados Unidos e publicado em agosto mostrou que o risco de obesidade é 20% maior em jovens que dormem menos do que seis horas por noite.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Criadores do Alzheimer in Vitro

Cientistas criam "Alzheimer in vitro"

Modelo descrito na revista "Nature" é o mais perfeito até hoje e vai ajudar os pesquisadores no estudo de métodos de prevenção e combate à doença

O modelo também deve ser útil para o estudo de  outras doenças neurodegenerativas

O modelo também deve ser útil para o estudo de outras doenças neurodegenerativas (Thinkstock/VEJA)
Pela primeira vez, cientistas conseguiram criar o que poderia ser chamado de um “Alzheimer in vitro”. O modelo da doença, desenvolvido por pesquisadores do Hospital Geral de Massachussetts, nos Estados Unidos, consiste em uma cultura de neurônios humanos que reproduzem as estruturas do Alzheimer — dessa maneira, os médicos poderão observar suas etapas em detalhes e estudar métodos de prevenção e tratamento. A pesquisa que descreve como as células foram criadas foi publicada no domingo na revista Nature.
 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A three-dimensional human neural cell culture model of Alzheimer’s disease

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Rudolph E. Tanzi, Doo Yeon Kim, Se Hoon Choi,Young Hye Kim, Matthias Hebisch, Christopher Sliwinski, Seungkyu Lee, Carla D’Avanzo e outros

Instituição: Hospital Geral de Massachussetts, Universidade Harvard, EUA, e outros

Resultado: Os cientistas criaram um modelo "in vitro" a partir de células-tronco que receberam os genes do Alzheimer, para reproduzir suas estruturas e mostrar em detalhes as etapas que levam as células à morte. 

Um dos grandes desafios do Alzheimer é a criação de modelos que desenvolvam com perfeição seus estágios. Forma mais comum de demência senil, a doença consiste no depósito de placas de proteínas "pegajosas" chamadas beta-amiloides e proteínas tau no cérebro. O acúmulo dessas placas tem sido apontado pelos pesquisadores como um dos responsáveis pelas alterações cerebrais da doença, que levaria à perda de memória. No entanto, os cientistas ainda não sabem o que leva essas proteínas a assumirem uma conformação errada e se depositarem no cérebro, causando a morte dos neurônios.
Até hoje, os modelos mais usados pelos cientistas são ratos que exibem doenças degenerativas — no entanto, eles copiam o Alzheimer de maneira bastante imperfeita. Os animais desenvolvem apenas o acúmulo das placas beta-amiloides, sendo incapazes de reproduzir as proteínas tau.
Criado a partir de células-tronco que receberam os genes da doença, o novo sistema “in-vitro” criado pelos cientistas, reproduz as duas estruturas, mostrando em detalhes as etapas que levam as células à morte.
Pesquisas futuras — Como o cérebro humano é bastante diferente de uma cultura criada em uma placa de vidro, algumas estruturas ainda não puderam ser reproduzidas, como as células do sistema imunológico, que também têm papel importante na doença. No entanto, esse é o modelo mais perfeito já criado pela ciência e deve tornar mais rápido o estudo de medicamentos que possam combater o Alzheimer.
“Nossa estratégia única que captura o Alzheimer em um modelo de cultura neural em 3D também deve servir para facilitar o desenvolvimento de modelos celulares humanos mais precisos para outras doenças neurodegenerativas”, conclui o estudo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mais uma análise dos Cientistas

Ansiedade, ciúme e mau humor são fatores de risco para Alzheimer em mulheres

De acordo com pesquisa de 40 anos, mulheres com essas características tiveram um risco duas vezes maior de desenvolver a demência

mulher brava
Cientistas não encontraram relação entre risco de demência e personalidade extrovertida ou introvertida (Thinkstock)
Mulheres ansiosas, ciumentas ou mal-humoradas na meia idade correm mais risco de desenvolver Alzheimer no futuro do que aquelas sem essas características. A conclusão é de um estudo que durou 40 anos e foi publicado nesta quarta-feira no periódico Neurology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Midlife personality and risk of Alzheimer disease and distress​

Onde foi divulgada: Neurology

Quem fez: Lena Johansson, Xinxin Guo, Paul R. Duberstein, Tore Hällström, Margda Waern, Svante Östling e Ingmar Skoog.

Instituição: Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Resultado: Mulheres na meia idade ciumentas, ansiosas e mal-humoradas podem ter até duas vezes mais risco de desenvolver Alzheimer
"A maioria das pesquisas de Alzheimer analisa fatores como escolaridade, risco cardíaco, trauma na cabeça, genética e histórico familiar", disse a líder da pesquisa, Lena Johannsson, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. "A personalidade também pode influenciar o risco de demência, porque afeta o comportamento, o estilo de vida e a reação ao stress."

Por 38 anos, os cientistas acompanharam 800 mulheres de, em média, 46 anos. Eles analisaram a personalidade das voluntárias por meio de testes de neuroticismo, introversão, extroversão e memória. Ao longo do estudo, dezenove participantes desenvolveram demência. O neuroticismo se refere à facilidade com uma pessoa se desestabiliza emocionalmente e a traços de personalidade como ansiedade, ciúme e mau humor. Pessoas que sofrem de neuroticismo são mais propensas a expressar raiva, culpa, inveja e depressão.


Questionário — Os pesquisadores também perguntaram às voluntárias se elas haviam tido períodos de stress com mais de mês de duração. Stress refere-se a sentimentos de irritabilidade, tensão, nervosismo, medo, ansiedade e distúrbios de sono. As respostas foram avaliadas de zero a cinco, sendo zero nenhum episódio e cinco stress constante nos últimos cinco anos. Mulheres que se enquadraram nas categorias três a cinco foram consideradas estressadas.
De acordo com os cientistas, não foi encontrada nenhuma relação entre o risco de demência e a personalidade introvertida ou extrovertida. No entanto, mulheres que eram ao mesmo tempo introvertidas e estressadas eram aquelas com maior probabilidade de desenvolver Alzheimer. Das 63 participantes com essas características, dezesseis (25%), tiveram Alzheimer, ante oito das 64 (13%) que eram extrovertidas e calmas.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dicas de como utilizar jogos com o paciente


Como usar jogos com pessoas com a doença de Alzheimer?


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Sabe-se que a doença de Alzheimer é devastadora para todos os que estão envolvidos, família, amigos, além do próprio cliente, é claro!
Conforme a doença progride, a perda de memória junto com outras disfunções cognitivas podem tornar difícil o entendimento dos contextos em que o cliente vive e isso tem reflexo nas relações, dificultando-as. Usar jogos e poder fazer isso junto com doente pode fornecer uma excelente oportunidade para estimular a relação. Mas esteja atento: jogar pode ser muito difícil para a pessoa com doença de Alzheimer, aqui está o porquê :
1 . A solução de problemas em fases mais avançadas da doença está prejudicada, assim os jogos de enigmas mais complexos representam um grande desafio e não são recomendados.
- Em fases mais avançadas o enigma na medida certa pode ser: diga o seu nome; as letras do seu nome…  Perguntas simples e diretas relacionadas a coisas concretas e de preferência a hábitos e interesses anteriores do cliente.
2 . A perda de memória recente compromete o uso de jogos que exigem memória de curto prazo.  A perda de memória torna -se um desafio para aprender novos jogos e manter o controle do jogo. A memória também leva a dificuldade em lembrar as regras.
- Os melhores jogos são aqueles que os doentes aprenderam na infância ou há muito tempo, bem como aqueles com regras simples.
4 . Problemas com relações espaciais prejudicam o uso de games que exigem essa habilidade. Os jogos de quebra-cabeça com muitas peças e imagens com muitos detalhes também não são uma boa escolha.
-Escolha quebra-cabeças de temas conhecidos pelo cliente, com poucas peças e peças maiores. Temos um post falando sobre uso de quebra-cabeça, quer conferir? clica aqui.
5. Dificuldade de leitura, a julgar a distância, cor, contraste e isso elimina um número considerável de jogos também.
6. Para aqueles que sofrem com a doença de Alzheimer muitas vezes é difícil encontrar as palavras para objetos familiares e conceitos, tornando a comunicação mais difícil. Ajude-o a achar a palavra certa durante os jogos. Diga a primeira letra ou a primeira sílaba. Ajude o doente a concluir as frases e as informações que ele quer expressar. Ah, sempre valorize e tente dar um significado a o que o doente diz. Lembre-se que o objetivo aqui é manter a conexão entre pessoas e a linguagem é uma das melhores formas para isso.
7. Em situações sociais as pessoas com doença de Alzheimer ficam frequentemente tetraídas porque são muitos desafios ao mesmo tempo, muitas pessoas, muito para lembrar e muitas respostas requeridas e pode ser esmagador e confuso.
- Jogos que exigem mais que duas ou três pessoas podem ser demais.
Informações importantes sobre jogos para pessoas com doença de Alzheimer:
– devem ser simples.
–  devem ter um curto período de tempo de jogo.
– não exigem que os jogadores tenham que acompanhar muitos de detalhes.
– o desafio deve ter relação com o interesse pessoal e entreter e proporcionar um momento agradável para cuidadores, familiares e amigos.
Sabendo o que é difícil você tem a oportunidade de adaptar e dar o desafio na medida certa. Tenha isso mente e não desista de estimular ou de encontrar materiais para isso. É super importante na estimulação do doente com Alzheimer tudo o que o bom jogo proporciona. Persista!!
Lembrando que aqui no site temos várias e várias atividades e recursos que podem ser usados e adaptados. Clique aqui e pesquise!
E, por fim, se você está procurando exercícios para estimulação cognitiva, tem a dica dos nossos cadernos de exercícios!!! Os cadernos Reab.me exploram temáticas do cotidiano e foram pensados no cliente final, o cliente com déficit. Usamos linguagem fácil e acessível para auto-aplicação ou para ser feito com ajuda com cuidador. Enviamos para todooooo Brasil e Portugal. Gostou da ideia? Clica aqui e vai conhecer

Editora-chefe do Reab.me. Terapeuta Ocupacional (UFPE). Especialista em Tecnologia Assistiva (UNICAP). Mestre em Design e Ergonomia (UFPE). Consultora em Tecnologia para Reabilitação.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A vida emocional de um paciente com Alzheimer está viva

 
 
Cientistas comprovaram que o mal de Alzheimer não afeta as emoções, apesar de causar a perda de memória em pacientes. Foto: AFP
 
OBS PESSOAL: Constatei essa questão na convivência com minha Mãe. Considerando que não mais falava e quase não abria os olhos(no final)ela sentia os toques de carinho, proximidade, cuidados gerais, o emocional da pessoa que estava ao seu lado. Eu sempre fazia uma limpeza na alma(por mais difícil que fosse)para ela não absorver energias negativas. Parece bobagem, porém funcionou. Ela só me viu agitada e triste no momento da partida. Ainda assim trocamos o pijama dela, fralda, chamei por ela e a segurei pelas mãos.
Tudo muito rápido. A morte veio. 
Depois dei um último abraço, beijos e o Adeus definitivo.  

A constatação é da Universidade de Iowa, nos EUA
domingo 28 de setembro de 2014 - 9:45 AM
Com informações de agências / portal@d24am.com
Manaus - Os pacientes com Alzheimer podem sentir emoções mesmo quando se esquecem do motivo que as causou por causa da doença, afirmou Edmarie Guzmán-Vélez, que comandou uma pesquisa sobre o tema publicada na revista ‘Cognitive and Behavioral Neurology’.
O estudo assinala que, apesar de os pacientes não conseguirem se lembrar de uma visita recente de um ente querido ou que não receberam os cuidados devidos, essas ações podem ter um impacto em seus sentimentos.
Em entrevista, Edmarie destacou que é importante que familiares e cuidadores aprendam a se comunicar com o paciente com Alzheimer para fazer com que sintam emoções positivas.
“Talvez o paciente não se lembre do motivo que o levou a comer seu prato favorito, mas esse momento de felicidade, esse sentimento positivo vai continuar em sua mente”, garantiu Edmarie, autora principal do estudo e doutoranda em psicologia clínica na Universidade de Iowa (EUA).
“Por outro lado, se acontece alguma coisa que o faça se sentir triste, esse sentimento vai permanecer durante um tempo, o que significa que é extremamente importante que nos dediquemos a tentar induzir emoções positivas e minimizar o máximo possível as emoções negativas”, acrescentou.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Iowa mostrou para 17 pessoas sem a doença e a 17 com o mal de Alzheimer fragmentos de filmes tristes e alegres, que resultaram em emoções como risos e lágrimas. Cerca de cinco minutos depois, os pesquisadores entregaram aos participantes um teste de memória para ver se conseguiam se lembrar do que tinham visto.
Como era de se esperar, os pacientes com Alzheimer guardaram significativamente menos informação sobre os filmes. De fato, quatro deles foram incapazes de se lembrar de qualquer informação sobre os filmes e um sequer se recordou que tinha visto um filme.
No entanto, os pacientes mantiveram o sentimento de alegria ou tristeza por um período de até 30 minutos depois de terem assistido o filme.
“Isso confirma que a vida emocional de um paciente com Alzheimer está viva”, afirmou a investigadora, que destacou as implicações diretas que têm suas descobertas para ensinar os cuidadores a melhorar o tratamento com os pacientes.
Para Edmarie, as visitas frequentes, as interações sociais, o exercício físico, a música, a dança e as brincadeiras “são coisas simples que podem ter um impacto emocional durável na qualidade de vida de um paciente e no seu bem-estar subjetivo”.
Estima-se que nos Estados Unidos o mal de Alzheimer afetará 16 milhões de pessoas em 2050, sem que tenha sido descoberto, até o momento, um medicamento para prevenir ou influenciar o desenvolvimento progressivo desse tipo de doença neurodegenerativa.
Edmarie conduziu o estudo com Daniel Tranel, professor de neurologia e psicologia da Universidade de Iowa, e Justin Feinstein, professor assistente na Universidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, e do Laureate Institute for Brain Research.
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, mais de 35 milhões de pessoas no mundo têm a doença que afeta e gera demência ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Só no Brasil, são cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
O mal de Alzheimer atinge principalmente idosos a partir dos 55 anos de idade e leva a problemas sérios, incluindo dificuldade em se realizar atividades básicas do dia a dia. A doença ainda é marcada pela falta de conhecimento e pela crença de que alguns sintomas são naturais do processo do envelhecimento.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Intestino-Fecalomas-Dicas

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção!
 
Um problema muito sério que pode acometer quem tem Alzheimer é o fecaloma. 
Para quem não sabe, é o acúmulo de fezes no intestino que endurecem a ponto de interromper a passagem e dilatar o intestino. 
Se o problema permanecer por muito tempo, só cirurgia resolve. 
Por isso é tão importante cuidar da alimentação e adotar uma dieta mais laxante. 
 
E, também, fazer massagens intestinais todo dia, de forma a treinar o organismo a evacuar constantemente, de preferência no mesmo horário.
-Obs: nós fazíamos com minha mãe após o lanche da tarde(nos mesmos horários diariamente).
Colocávamos ela sentada na cadeira de banho e acoplávamos ao vaso sanitário.
Depois usávamos óleo na região da cintura para baixo e com massagem mamis evacuava.
Ela não sabia mais o que era esse procedimento natural e precisava de estímulo.
-Tentei encontrar um procedimento em desenho, porém nada na net.
 
Mas, mesmo quem segue estas regrinhas está sujeito à constipação. 
Neste caso uma lavagem intestinal resolve o problema. 

-Há uma forma de prevenir a formação do fecaloma que é muitas vezes visto com preconceito por muita gente: o toque retal. Como o nome diz, é estimular o peristaltismo (movimentos que o intestino faz para expelir as fezes) através de toque com o dedo(utilizando luva cirúrgica).  
Isso eu fazia com luvas e óleo no dedo indicador.
O famoso gancho (com o dedo) para retirada quando a massagem não vinha com efeito desejado.
 
A foto acima é uma tomografia computadorizada em três dimensões que mostra um fecaloma preso no intestino (a bola no meio do quadril) de tal forma que só é possível retirar com cirurgia. 
E a cirurgia não é simples, o corte geralmente é grande e o pós-operatório muito complicado. 
 
-A alimentação é de vital importância.
Perceba qual é melhor para seu paciente familiar.
Dona Alzira, por exemplo, não se dava bem com "aveia".
Portanto, listas de dietas não servem à todos.
O cuidador precisa observar e conviver até para ensinar alguém que o substitua durante alguns horários.
Escolham uma dieta favorável, que não retenha a evacuação e ingerir muita água.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Boas energias















Conclusão "aberta" deste dia:
 

Dia Mundial do Alzheimer, na minha opinião, serve como um alerta ao Planeta sobre a doença.
Incluindo o próprio ambiente corrido em que todos vivem.
Certa vez, há anos atrás, escrevi da influência de uma sociedade cansada, sem tempo para relaxar onde a urbanização dos grandes centros contribuía para estresse maior.
Não só o estresse como a solidão, depressão, isolamento, gases tóxicos, poluição em geral estão provocando mudanças no cérebro das pessoas.
A comunicação está muito superficial.
O tempo todo a mídia despeja milhões de notícias, novidades.
Uma Nova Era de descobertas, desafios e pouco contato físico.
Um tempo onde a humanidade ou parte dela se reinventa para prosseguirmos.
Exercitemos o cérebro, o corpo, o espírito, porém sem aflições.
Urge respirarmos.
Gostaria muito de celebrar este dia!
Tenho esperança que sim!
Grande abraço fraterno!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Uma medicação mais eficaz?

 
AstraZeneca fecha acordo com Lilly por droga para Alzheimer

Acordo poderá fazer a companhia britânica ganhar até 500 milhões de dólares se um medicamento experimental for bem sucedido

Ben Hirschler, da
Marcos Santos/USP Imagens
Medicamentos / remédios
Medicamentos: droga está pronta para entrar em estágio final de testes clínicos contra o Alzheimer
Londres - A AstraZeneca assinou um acordo de parceria com a rival norte-americana Eli Lilly que poderá fazer a companhia britânica ganhar até 500 milhões de dólares se um promissor - mas arriscado - medicamento experimental para Alzheimer for bem sucedido.

A AstraZeneca disse em maio que estava buscando um parceiro para a sua droga inibidora BACE chamada AZD3293, que está posicionada para entrar em estágio final de testes clínicos de Fase III contra a doença de Alzheimer.
A decisão da Lilly de entrar no projeto endossa a ciência por trás da nova droga oral, dada a longa história da farmacêutica norte-americana de tentar encontrar um tratamento eficaz para a doença que afeta a memória.
A Lilly vai pagar à AstraZeneca até 500 milhões de dólares para compartilhar os direitos à droga, com a escala exata dos pagamentos sendo determinada pelo progresso médico dos testes clínicos e pelo sucesso comercial.
Drogas inibidoras BACE funcionam bloqueando uma enzima chamada beta-secretase, que está envolvida na produção de beta-amiloide, uma proteína que cria placas no cérebro consideradas uma das principais causas da doença de Alzheimer.
A AstraZeneca afirmou nesta terça-feira que espera receber o primeiro pagamento de 50 milhões de dólares da Lilly no primeiro semestre de 2015, acrescentando que o negócio não terá nenhum impacto em seus ganhos de 2014.

domingo, 7 de setembro de 2014

Dia Mundial do Alzheimer

Para todos(as) nós que vivemos ou vivem nestes Cuidados todos os dias do Ano...

Tempo de Alzheimer

Vanderson Carvalho Neri*
A doença de Alzheimer, descrita pela primeira vez em 1906, pelo médico de mesmo nome, se transformou, ao longo desse século, na mais importante forma de doença degenerativa no mundo todo. É também a forma mais prevalente de demência em todos os continentes, em todas as raças e etnias. Com o envelhecimento da população mundial, essa enfermidade, antes desconhecida por muitos, se tornou praticamente um lugar-comum quando se trata de doenças do envelhecimento. Acredita-se que existam mais de 20 milhões de pessoas com essa enfermidade, número que vem crescendo a cada década, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, cuja população vem vivendo mais a cada ano.
Estamos falando de uma doença degenerativa, de base genética, progressiva, de curso inexorável, e que até o momento não tem perspectiva de cura. Quanto mais idosa for uma população, mais prevalente será essa doença, pois o principal fator de risco para essa condição é o envelhecimento. Outros fatores de risco foram aventados, mas nenhum, até o momento, se configurou como um aspecto de fato comprovado.
Nesses cem anos desde sua descoberta inicial, muito se avançou no conhecimento e entendimento sobre a doença. Sabemos muito mais sobre sua apresentação clínica, sua base genética (já mapeamos o genoma de Alzheimer), novos métodos diagnósticos passaram a existir e muitas drogas já estão no mercado, com efeitos importantes sobre a função cerebral, que é mais comprometida na doença: a cognição. A cognição engloba as funções cerebrais mais importantes para a vida em sociedade, como memória, inteligência, raciocínio, julgamento, tomada de decisões, linguagem, ou seja, altas funções cerebrais, que se perdem aos poucos com o processo degenerativo da doença. Nenhum tratamento até o momento reverte esse quadro, apenas atenua, por algum período, o impacto clínico da degeneração cerebral.
Trata-se, portanto, de uma doença de grande repercussão no organismo do indivíduo que a desenvolve, mas trata-se também, em virtude do grande aumento do número de casos, de um aspecto com repercussões sociais e financeiras na sociedade. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, país que tem a maior casuística estudada sobre a doença, foram gastos com esses pacientes até o momento, cerca de 203 bilhões de dólares em assistência médica, tratamento e hospitalização; acredita-se que até 2050 o número de pacientes por lá deva triplicar, e os gastos cheguem a $ 1,5 trilhão. Sem dúvida, um grande rombo nas contas públicas atribuído a uma única doença.
Outro quesito que se apresenta relevante é o fato  de esses pacientes necessitarem de cuidadores para as atividades diárias; com o avançar da doença, os pacientes se tornam absolutamente dependentes de pessoas para alimentação, higiene e cuidados gerais. Um paciente com Alzheimer pode ter vários cuidadores. E essa “população” de cuidadores contribui para o aumento desses gastos públicos. Nos Estados Unidos eles já somam cerca de 15 milhões de pessoas, população de um estado grande como a Flórida por exemplo. Isso também é um grande impacto econômico, uma vez que esse grupo de pessoas não se enquadra na mão de obra ativa para o Estado.
O fato é que esses dados americanos acendem uma luz de alerta para nós, brasileiros. Somos atualmente um país em franco envelhecimento, com um aumento significativo do número de pessoas acima de 60 anos nas últimas três décadas, e praticamente sem políticas que priorizem essa parcela da população. O drama que vivem os americanos hoje será o nosso também daqui a mais alguns anos, e devemos estar cientes e preparados para isso.
As demências ainda não parecem fazer parte dos planos do Estado no contexto da sade pública. Estamos atrasados nesse quesito, pois o tempo de Alzheimer já chegou para nós. Discutir o planejamento dessa doença, seu aspecto de “epidemia”, e criar estratégias viáveis para conduzir os casos de forma eficaz é essencial para uma saúde futura mais equilibrada e com maior qualidade de vida para os nossos idosos. Isso já não é mais uma sugestão, é uma real necessidade.

*Vanderson Carvalho Neri é médico neurologista. - vandersoncn@yahoo.com.br

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Doença no Mundo

FONTE: SPMJ COMUNICAÇÕES

Doença de Alzheimer: impacto de doença cresce em todo o mundo, com o aumento da longevidade



Pesquisa avança, mas ainda não tem a resposta para a cura. Estima-se que a doença afete mais de 115 milhões de pessoas até 2050.
Cientistas de todo o mundo lutam para encontrar uma cura para a doença de Alzheimer, muito temida, que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo, em consequência do aumento da expectativa de vida da população. Quanto mais velha, maior o risco de uma pessoa sofrer dessa patologia que afeta o cérebro, “apagando as recordações” e que condena o paciente, bem como sua família, a uma deterioração devastadora e inevitável da qualidade de vida.
Até hoje, a medicina conhece as causas desse tipo de demência, porém não conseguiu descobrir a cura. As estatísticas indicam que aproximadamente 44 milhões de pessoas convivem com a demência em todo o mundo, número que, segundo se estima, aumentará para cerca de 115 milhões até o ano 2050. Por isso, já se faz referência à Alzheimer como uma epidemia mundial. No entanto, os avanços na pesquisa estão produzindo informações novas e promissoras sobre a origem do problema e trazendo esperanças de se poder detectar a doença em estágios mais precoces, como também definir formas mais específicas de tratá-la.

Pesquisadores da Clínica Mayo, de Jacksonville, Flórida, divulgaramrecentemente os resultados de um amplo estudo realizado em centenas de genes, com mais de 700 amostras de tecidos cerebrais de pacientes com a doença de Alzheimer ou outros distúrbios neurodegenerativos. A médica Minerva Carrasquillo, uma das participantes dessa pesquisa, explica o avanço da doença de Alzheimer e as novas ferramentas para combatê-la à disposição da ciência. Acompanhe sua entrevista:

Se a ciência já definiu que a doença de Alzheimer decorre de um acúmulo no cérebro da proteína beta-amilóide e da proteína tau. Por que tem sido tão difícil encontrar uma droga que cure e previna a doença – ou mesmo uma vacina?
A evidência obtida até hoje indica que a patologia da doença de Alzheimer se inicia com o acúmulo da proteína beta-amilóide, o que resulta em uma cascata de eventos, que terminam com a destruição de neurônios, em regiões do cérebro essenciais para a preservação da memória e das funções cognitivas. Ainda que os tratamentos já desenvolvidos para reduzir o acúmulo dessa proteína tenham apresentado efeito colaterais, temos feito progresso nas tentativas de eliminá-los. A maior dificuldade tem sido encontrar drogas que possam cruzar a barreira hematoencefálica (barreira entre o sangue e o cérebro) e que não produzam efeitos colaterais sérios. Porém, quanto mais aprendemos sobre os fatores genéticos e ambientais, que aumentam o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer, mais aumentamos o armamento para combater essa doença.

Em que porcentagem a herança genética influencia na neurodegeneração, em comparação com a idade avançada e com fatores ambientais de risco?
Estudos epidemiológicos que compararam a relação da Alzheimer entre gêmeos idênticos (univitelinos) e gêmeos fraternos (bivitelinos) estimaram que o componente genético dessa doença oscila entre 58% e 79%. Portanto, não há dúvida de que os genes exercem um papel muito importante no desenvolvimento da neurodegeneração. Porém, esses estudos também demonstraram que os fatores ambientais contribuem em uma percentagem significativa para o desenvolvimento da doença. Por isso, devem ser estudados, a fim de se determinar se podem ser modificados a ponto de diminuir, significativamente, os efeitos dos riscos genéticos. Embora ainda não se tenha avaliada a porcentagem de risco oriundo especificamente do envelhecimento, sabe-se que a idade avançada também aumenta a deterioração do cérebro, o que, pelo que sabemos, intensifica os efeitos adversos dos fatores genéticos que contribuem para o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Por isso, o estudo de fatores que influenciam na longevidade também pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para a doença de Alzheimer.

As pessoas que têm antecedentes familiares da doença de Alzheimer contam com alguma forma de prevenção de seu desenvolvimento?
Não. Ainda não se encontrou um tratamento para a prevenção do desenvolvimento dessa doença.

Atualmente, o mercado farmacêutico oferece medicamentos indicados para retardar a progressão dessa doença, quando é diagnosticada. Quais têm sido os resultados conseguidos com o uso desses medicamentos, considerando seus altos custos?
Os medicamentos disponíveis atualmente apenas diminuem a progressão dos sintomas e, infelizmente, o benefício é, com frequência, imperceptível. Por isso, há tanta urgência em descobrir melhores tratamentos.

Qual a diferença entre o estudo recente da Clínica Mayo em comparação com os estudos realizados anteriormente, tanto na Mayo como em outras instituições?
Até há pouco tempo, a maioria dos estudos se concentravam em genes ou em proteínas com funções relacionadas aos sintomas ou à patologia da doença. Nos últimos cinco anos, estudos do genoma identificaram 20 variantes associadas ao risco do desenvolvimento da doença de Alzheimer. No entanto, ainda não se sabe exatamente qual é a função dessas variantes. Portanto, o enfoque de nosso estudo mais recente se concentra em determinar se essas novas variantes causam mudanças na expressão genética no cérebro.

Qual é o principal mérito dos resultados obtidos?
Graças ao grande número de amostras de tecido de autópsia cerebral que foram doadas à Clínica Mayo para a pesquisa de doenças neurodegenerativas, temos capacidade estatística suficiente para detectar associações de variantes com níveis de expressão de genes específicos. Os genes que demonstram ser modulados pelas variantes que foram associadas ao risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer poderiam se converter em novos caminhos de intervenções terapêuticas.

De que maneira esse estudo contribui para a possibilidade de desenvolver terapias eficazes?
Nosso estudo está facilitando a identificação dos genes associados à doença e nos guia para os mecanismos biológicos que contribuem para a doença. O desenvolvimento de tratamentos eficazes depende do conhecimento desses mecanismos biológicos.

Há alguma esperança a curto prazo?
Falar de cura tem sido muito difícil até agora. Porém, é preciso manter sempre a esperança. Milhares de cientistas em todo o mundo trabalham arduamente com esse objetivo em mente e, a cada dia, recebemos mais informações que nos levam para mais próximos dessa meta.

Na recente Conferência Internacional de Copenhague (julho), foi feita referência à relação entre a doença de Alzheimer e a perda do olfato. Essa associação ajudará na detecção mais precoce do problema?
De acordo com os resultados desse estudo, a correlação entre a perda do olfato e a doença de Alzheimer é significativa, porém não é perfeita. Por isso, não se pode usá-la para predizer o desenvolvimento dessa doença. Porém, conforme se especula, será possível utilizá-la em combinação com os exames já existentes para se poder diagnosticar a doença em pacientes, antes que eles apresentem todos os sintomas que até agora têm sido usados para definir a doença, como, por exemplo, a perda de memória episódica.

Em quanto tempo se poderá aplicar esse conhecimento à prática clínica? De que depende o desenvolvimento desses testes?
Ainda que o exame de odor, que foi utilizado nesses estudos, seja fácil de aplicar e não é caro, é difícil prever quando se poderá utilizar esse conhecimento, de fato, na prática clínica. Esses estudos ainda estão em etapas iniciais e requerem confirmação em um grupo maior e independente de pacientes.

Alguns estudos identificaram placas de beta-amilóide na retina de pacientes afetados pela doença. Essa é uma descoberta realmente promissora?
De uma forma similar aos estudos sobre a perda de olfato, os estudos que visualizaram as placas de beta-amilóide no olho concluem que esses exames poderiam ajudar a diagnosticar a doença de Alzheimer em idade mais precoce, medir o progresso da doença e as respostas a terapias. De acordo com os pesquisadores participantes do estudo que visualiza a beta-amilóide no cristalino (a lente dos olhos), a correlação da densidade de placas na lente com o diagnóstico clínico da doença de Alzheimer é muito significativa. Porém, ainda são necessários novos estudos para examinar essa correlação a longo prazo em indivíduos sem demência, para determinar se, na realidade, esses exames podem ser utilizados para diagnosticar a doença em idade mais precoce. Esse estudo foi financiado, em parte, por verbas dos Institutos Nacionais de Saúde e pelo Centro de Pesquisa da Doença da Alzheimer da Mayo.